Estou escrevendo este artigo por conta de um projeto criado para um grande amigo, que hoje também se tornou meu cliente. Durante esse desenvolvimento, utilizei uma das bibliotecas mais conhecidas do Python para criação de interfaces gráficas: o Tkinter. Neste artigo, vou compartilhar um pouco da história dessa ferramenta, suas principais características e como transformar uma aplicação feita com ela em um arquivo executável.
História do Tkinter
O Tkinter é a biblioteca padrão de interfaces gráficas (GUI) do Python. Ele funciona como uma ponte para o Tk, um toolkit desenvolvido originalmente na década de 1990 para a linguagem Tcl.
- O Tk se popularizou rapidamente por sua simplicidade e portabilidade.
- Em pouco tempo, ganhou integração com o Python através do módulo Tkinter (o “er” no final vem de Tk interface).
- Desde então, tornou-se a opção oficial e já vem incluída por padrão na maioria das distribuições do Python.
Por conta dessa integração nativa, Tkinter é até hoje uma das formas mais rápidas de criar janelas, botões, menus, formulários e até mesmo aplicações completas com interface amigável.
Principais Características do Tkinter
Algumas vantagens que tornam o Tkinter uma ótima escolha para muitos projetos:
- Biblioteca nativa: não precisa instalar pacotes adicionais, já vem com o Python.
- Multiplataforma: funciona em Windows, Linux e macOS.
- Fácil aprendizado: possui uma curva de aprendizado suave, ideal para quem está começando.
- Widgets variados: oferece botões, rótulos, caixas de texto, menus, tabelas e outros elementos essenciais.
- Personalização: permite alterar cores, fontes, tamanhos e estilos.
- Integração com outras libs: pode ser usado junto com bibliotecas como PIL (para imagens), matplotlib (para gráficos), entre outras.
Exemplo simples em Tkinter
Aqui está um exemplo básico de aplicação com Tkinter:
import tkinter as tk
def mostrar_mensagem():
label_resultado.config(text="Olá, seja bem-vindo ao Tkinter!")
# Criar a janela principal
janela = tk.Tk()
janela.title("Exemplo Tkinter")
janela.geometry("300x200")
# Criar widgets
label = tk.Label(janela, text="Clique no botão:")
label.pack(pady=10)
botao = tk.Button(janela, text="Clique aqui", command=mostrar_mensagem)
botao.pack(pady=5)
label_resultado = tk.Label(janela, text="")
label_resultado.pack(pady=10)
# Executar loop da janela
janela.mainloop()
Esse código abre uma janela simples com um botão que, ao ser clicado, mostra uma mensagem.
Como transformar sua aplicação em um executável
Uma dúvida comum é: como compartilhar a aplicação feita em Tkinter sem exigir que o usuário instale Python?
A solução é gerar um arquivo executável (.exe no Windows).
O processo pode ser feito com a biblioteca PyInstaller:
- Instalar o PyInstaller:
pip install pyinstaller
2. Gerar o executável:
No terminal, dentro da pasta do seu projeto, execute:
pyinstaller --onefile --windowed app.py
- --onefile → cria um único arquivo executável.
--windowed → evita que o terminal do Python apareça junto (opção útil para apps gráficos).
3. Localizar o executável:
Após o processo, seu arquivo estará dentro da pasta dist/. Basta enviar esse arquivo para o cliente ou amigo rodar a aplicação sem precisar de Python instalado.
Conclusão
O Tkinter é uma ferramenta poderosa e simples, que continua relevante mesmo com o avanço de frameworks mais modernos. Seja para protótipos rápidos ou sistemas prontos para uso, ele entrega eficiência e praticidade. Além disso, com ferramentas como o PyInstaller, é possível distribuir sua aplicação de forma profissional.
No meu caso, foi a solução ideal para atender um projeto especial: criado inicialmente para um amigo, e que hoje se transformou em uma solução entregue a um cliente satisfeito.