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O Active Record no Laravel: Minhas Ressalvas

Postado por Eduardo Marques em 23/09/2025
O Active Record no Laravel: Minhas Ressalvas

Trabalhando com Laravel, uma coisa que sempre chama atenção é o uso do Active Record, principalmente através do Eloquent ORM. Ele é rápido, fácil de entender e ajuda muito quando estamos começando ou quando o projeto não exige tanta complexidade. Mas, ao longo do tempo, fui percebendo algumas limitações desse padrão — e é sobre essas ressalvas que quero falar aqui

O que é o Active Record?

De forma simples, o Active Record associa cada modelo a uma tabela do banco de dados. No Laravel isso é bem direto:

class User extends Model {
   // Representa a tabela "users"
}

O mesmo objeto que representa os dados também salva, consulta e até aplica regras de negócio. É aí que começa a dor de cabeça.

Onde mora o problema?

O Active Record acaba concentrando responsabilidades demais em uma única classe. Só para citar:

  • Representação da tabela no banco;
  • Persistência de dados (save, update, delete…);
  • Regras de negócio;
  • Relacionamentos;
  • Até formatação e transformação de dados em alguns casos.

Ou seja, ele quebra facilmente o princípio do Single Responsibility (SRP) do SOLID.

Problemas que já vi na prática

  1. Testes complicados – Como o modelo já nasce acoplado ao banco, fica difícil criar testes realmente unitários.
  2. Acoplamento forte – Se um dia precisar mudar a forma de persistência, é retrabalho na certa.
  3. Classes enormes – Muitos modelos acabam virando verdadeiros “deuses” com centenas de linhas.
  4. Mistura de papéis – O mesmo objeto serve para consulta simples e também para lógica pesada de negócio.

Quando o Active Record é bom

Não é que seja ruim. Pelo contrário, em projetos pequenos ou médios ele acelera muito. A curva de aprendizado é baixa, a produtividade é alta e, para times menos experientes, é um baita aliado.

Caminhos alternativos

Em sistemas mais complexos, eu já prefiro adotar alguns padrões complementares:

  • Repository Pattern: separa persistência dos modelos.
  • Service Layer: coloca as regras de negócio em serviços dedicados.
  • Data Mapper (ex: Doctrine): para casos em que se quer flexibilidade total entre modelo e banco.

Conclusão

O Active Record do Laravel é uma ferramenta poderosa. Mas não podemos esquecer: quanto mais responsabilidades jogamos em uma única classe, maior o risco de dor de cabeça lá na frente.

Por isso, minha dica é simples: use com consciência. Em projetos pequenos ele é perfeito, mas em cenários maiores, separar responsabilidades é quase obrigatório para garantir manutenibilidade e evolução no longo prazo.
 

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